sexta-feira, 11 de junho de 2010

Nº 06 - 09/09/2008

Jones Schneider (Jones de Abreu) recebe Márcio Cotrim em noite de muita sensibilidade

Madelon Guimarães e Alessandro Borges

interpretam Ernesto Nazareth


Happy hour de crônicas
por Rovênia Amorim


O projeto Terça Crônica recebeu o escritor
Márcio Cotrim na última terça-feira. Ele falou sobre
seu trabalho literário e jornalístico no Correio e os
livros publicados. Contou curiosos fatos
etimológicos e apresentou idéias para Brasília.
Tudo isso ao som de músicas de Ernesto
Nazareth, executadas ao violão por Alessandro
Borges e, na flauta, por Madelon Guimarães.
A leitura de crônicas do autor foi feita por
Jones Schneider (Jones de Abreu). O evento aconteceu no Teatro
Goldoni, na Casa D’Itália, para uma platéia que
muito aprendeu e se divertiu



Márcio Cotrim


Ernesto Nazareth


As histórias do Usina de Idéias
YALE GONTIJO
DA EQUIPE DO CORREIO

Um problema complicado no osso fêmur fez com que o carioca de Ipanema Márcio Cotrim, menino de 12 anos, passasse meses trancado dentro de casa. O longo período de ócio foi dividido entre o aparelho de tevê, novidade trazida pelo avô, e a leitura de montanha
de livros. Eça de Queiroz, Machado de Assis, Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade
e o austríaco Stefan Zweig serviram de companhia durante
o ano que resultou em repetência no Colégio Santo Inácio. Nascia
aí o futuro escritor, hoje autor de 13 livros só de crônicas.
O reconhecimento pelos serviços prestados a boa escrita e a
dedicação à Brasília será feito hoje, às 21h, quando o ator Jones
Schneider subir ao palco do Teatro Goldoni (Casa D’Itália) para a
leitura dramatizada dos textos no projeto Terça Crônica. Conhecido
pelos amigos como Usina de Idéias, Márcio Cotrim ouvirá as
crônicas que criou entrelaçadas pelas composições de Ernesto
Nazareth (1863-1934). Acompanhado pelos músicos Alex Souza
(violão e voz), Alessandro Borges (violão) e Madelon Guimarães
(flauta), Schneider propõe interação entre o colunista e as músicas
do mestre do choro brasileiro. A entrada é franca.
Diante de projeto que retira o escritor de um ambiente solitário
e o coloca diante do público, Márcio Cotrim não se intimida:
“Estarei presente no Teatro Goldoni de cabeça aberta e
franca como sempre foi”, avisa. Schneider precisou ler muitas
crônicas de Cotrim para selecionar as que serão apresentadas
hoje para o público. “O texto do Cotrim é acessível e ao
mesmo tempo sofisticado. É tão clássico quanto popular. Já o
Nazareth era erudito e popular ao mesmo tempo. Foi uma seleção
trabalhosa e saborosa ao mesmo tempo. Tento escolher
os textos que mostram o lado mais humano dos autores”, avalia o ator.
Há 25 anos, como cronista semanal do jornal Correio Braziliense,
Cotrim já publicou mais de 1.800 narrativas que renderam
13 livros de crônicas e a série O pulo do gato 1 e 2, coletânea de
textos publicados aos domingos na coluna Berço da palavra, da
Revista do Correio. É nesse espaço que o diretor-executivo da
Fundação Assis Chateaubriand e cidadão honorário de Brasília desenvolve
uma de suas paixões: descobrir a origem das palavras.
“Esse é um filão que nunca se esgotará
porque as palavras nunca terminarão”, reflete.

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