terça-feira, 30 de outubro de 2012

A força da palavra




A literatura de Lya Luft escorre como uma boa conversa, daquela que a gente tem ao cair da tarde, rodeada de gente de conselhos sábios e inteligentes. Fala de viver e de estar vivo, do aqui e agora, das alegrias e decepções em seguir o curso de envelhecer com dignidade. São essas narrativas, com o dom de espalhar sabedoria e um ponto de vista feminino e peculiar, que movimentam o sexto módulo do Terça Crônica, do dia 6 de novembro (terça-feira), às 20h, no Café com Letras (203 Sul), com entrada franca, numa noite em que a trilha sonora será entregue às canções deslumbrantes de Tim Maia. A poeta Isolda Marinho é a convidada dessa edição.
Lya Luft e Tim Maia inspiram o ator Jones de Abreu e o músico Alex de Souza a cruzarem artisticamente os caminhos desses dois mestres da cultura nacional. “É um prazer escutar tanto a literatura de Lya Luf, quanto a melodia de Tim Maia. São dois criadores inquietos, que apontam caminhos para que o leitor/ouvinte se movimente”, acredita Jones de Abreu, mentor do projeto concebido pela Criaturas Alaranjadas Cia. de Teatro.
Vencedor do Edital Nacional Procultura para Programação Cultural de Livrarias, o Terça Crônica é um dos projetos de incentivo à leitura mais bem-sucedidos de Brasília. Desde agosto, quinzenalmente, vem levando um público fiel e crescente ao Café com Letras (203 Sul), promovendo uma noite leve, divertida e cheia de conhecimento sobre os homenageados. Na última edição, premiou a espectadora Jamile Guerra em concurso cultural que estimulou os participantes a escreverem um texto literário. “Foi a primeira crônica que ela escreveu, Tarja Preta, com uma narrativa bem-humorada, ágil e cheia de sutilezas. Recebemos dezenas de textos, vindos até de Salvador. Em dezembro, realizaremos outro certame literário”, adianta Jones.
 Criado em 2008 em temporada no Teatro Goldoni, Terça Crônica já participou da Feira do Livro (2010) de Brasília e da I Bienal do Livro e da Leitura (2012), fazendo também itinerância pelas cidades de Ceilândia e Taguatinga, com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). O projeto se desdobrou ainda no Quinta Crônica (de 2008 a 2011) e no programa Canto das Letras, atualmente apresentado mensalmente na TV Câmara.
PROGRAMAÇÃO 2012 6 de novembro: Crônicas de Lya Luft e canções de Tim Maia. 20 de novembro: Crônicas de Miguel Falabella e canções de Rita Lee.
4 de dezembro: Crônicas de Maitê Proença e canções de Vinicius de Moraes.
18 de dezembro: Cronista especialmente convidado e canções de Alex Souza.

domingo, 28 de outubro de 2012

Todas as emoções



O Terça Crônica traz o aqui e agora do teatro no gene. O efêmero que atinge a alma de quem está ali, à escuta. Nos últimos dois módulos, Luis Fernando Verissimo e Adoniran Barbosa (11 de outubro) e Carlos Drummond de Andrade e Noel Rosa (23 de outubro), o público experimentou climas distintos. O humor e a ode em viver predominaram entre as crônicas de Verissimo e as canções de Adoniran, enquanto o poético conduziu a noite de narrativas de Drummond e canções de Noel.  

Casa cheia no Café com letras

Alex saúda Adoniran e Jones, Verissimo 

Público sempre atento

Ana Carollina Carvalho lê crônica de Verissimo sob o olhar do poeta, cronista e jornalista José Carlos Vieira

Jones, Alex e Marco Antunes na noite Drummond/Noel

Salve, Noel Rosa!

O talento de Jamile Guerra


O Terça Crônica ficou cheio de orgulho com o Primeiro Concurso Literário, realizado nesta temporada do Café com Letras, Recebemos dezenas de textos, entre crônicas, contos e poesias. Escritos de qualidades, vindos do DF e até de Salvador/BA. A vencedora foi Jamile Guerra, com uma crônica deliciosa, batizada de Tarja Preta. Com uma narrativa bem-humorada, ágil e cheia de surpresas, a crônica de Jamile Guerra foi feita especialmente para o Terça Crônica, Na última terça-feira, quando o projeto homenageou Carlos Drummond de Andrade e Noel Rosa, ela recebeu a coleção A História da Vida Privada e revelou que escreveu a sua primeira crônica motivada pelo projeto. O público ouviu atento a narrativa lida por Jones de Abreu, riu e se divertiu com a pegada literária de Jamile Guerra. Que venha mais!       

As crônicas de Lya Luft no Terça Crônica do dia 6/11


Brasileiro não gosta de ler?

A meninada precisa ser seduzida. Ler pode ser divertido
e interessante, pode entusiasmar, distrair e dar prazer

Lya Luft
Ilustração Atômica Studio

Não é a primeira vez que falo nesse assunto, o da quantidade assustadora de analfabetos deste nosso Brasil. Não sei bem a cifra oficial, e não acredito muito em cifras oficiais. Primeiro, precisa ser esclarecida a questão do que é analfabetismo. E, para mim, alfabetizado não é quem assina o nome, talvez embaixo de um documento, mas quem assina um documento que conseguiu ler e... entender. A imensa maioria dos ditos meramente alfabetizados não está nessa lista, portanto são analfabetos – um dado melancólico para qualquer país civilizado. Nem sempre um povo leitor interessa a um governo (falo de algum país ficcional), pois quem lê é informado, e vai votar com relativa lucidez. Ler e escrever faz parte de ser gente.
Sempre fui de muito ler, não por virtude, mas porque em nossa casa livro era um objeto cotidiano, como o pão e o leite. Lembro de minhas avós de livro na mão quando não estavam lidando na casa. Minha cama de menina e mocinha era embutida em prateleiras. Criança insone, meu conforto nas noites intermináveis era acender o abajur, estender a mão, e ali estavam os meus amigos. Algumas vezes acordei minha mãe esquecendo a hora e dando risadas com a boneca Emília, de Monteiro Lobato, meu ídolo em criança: fazia mil artes e todo mundo achava graça.
E a escola não conseguiu estragar esse meu amor pelas histórias e pelas palavras. Digo isso com um pouco de ironia, mas sem nenhuma depreciação ao excelente colégio onde estudei, quando criança e adolescente, que muito me preparou para o mundo maior que eu conheceria saindo de minha cidadezinha aos 18 anos. Falo da impropriedade, que talvez exista até hoje (e que não era culpa das escolas, mas dos programas educacionais), de fazer adolescentes ler os clássicos brasileiros, os românticos, seja o que for, quando eles ainda nem têm o prazer da leitura. Qualquer menino ou menina se assusta ao ler Macedo, Alencar e outros: vai achar enfadonho, não vai entender, não vai se entusiasmar. Para mim esses programas cometem um pecado básico e fatal, afastando da leitura estudantes ainda imaturos.
Como ler é um hábito raro entre nós, e a meninada chega ao colégio achando livro uma coisa quase esquisita, e leitura uma chatice, talvez ela precise ser seduzida: percebendo que ler pode ser divertido, interessante, pode entusiasmar, distrair, dar prazer. Eu sugiro crônicas, pois temos grandes cronistas no Brasil, a começar por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, além dos vivos como Verissimo e outros tantos. Além disso, cada um deve descobrir o que gosta de ler, e vai gostar, talvez, pela vida afora. Não é preciso que todos amem os clássicos nem apreciem romance ou poesia. Há quem goste de ler sobre esportes, explorações, viagens, astronáutica ou astronomia, história, artes, computação, seja o que for.
O que é preciso é ler. Revista serve, jornal é ótimo, qualquer coisa que nos faça exercitar esse órgão tão esquecido: o cérebro. Lendo a gente aprende até sem sentir, cresce, fica mais poderoso e mais forte como indivíduo, mais integrado no mundo, mais curioso, mais ligado. Mas para isso é preciso, primeiro, alfabetizar-se, e não só lá pelo ensino médio, como ainda ocorre. Os primeiros anos são fundamentais não apenas por serem os primeiros, mas por construírem a base do que seremos, faremos e aprenderemos depois. Ali nasce a atitude em relação ao nosso lugar no mundo, escolhas pessoais e profissionais, pela vida afora. Por isso, esses primeiros anos, em que se aprende a ler e a escrever, deviam ser estimulantes, firmes, fortes e eficientes (não perversamente severos). Já se faz um grande trabalho de leitura em muitas escolas. Mas, naquelas em que com 9 ou 10 anos o aluno ainda não usa com naturalidade a língua materna, pouco se pode esperar. E não há como se queixar depois, com a eterna reclamação de que brasileiro não gosta de ler: essa porta nem lhe foi aberta.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Texto vencedor do Concurso Literário Terça Crônica

Tarja Preta

Jamile Guerra

A capa do Correio Braziliense estampa na manchete o aumento significativo da venda de psicotrópicos na capital federal. Leio aquilo e me sinto feliz. Pelo menos nisso, não estou sozinha. Lembro-me do Programa Tarja Preta, apresentado pelo Selton Mello. Ele entrevistava figuras do meio artístico e, no fim, sempre disparava a mesma pergunta: toma algum tarja preta? Guardei na memória a resposta do Marco Nanini: claro, são os melhores.

Não sei se são exatamente os melhores, adoro outras categorias de remédio, então escolher um preferido é pedir para uma mãe dizer de que filho mais gosta. Meus “controlados” tornam os dias melhores, mas também não deixam de ser um incômodo, sobretudo não hora de compra-los. Sou neurótica, paranoica e ansiosa. Desconfio que nada existe naqueles comprimidinhos receitados pelo médico, tudo placebo. Ir à farmácia, apresentar uma receita azul e, claro, achar que todos olham para você e pensam que é louca, isso sim é o que realmente importa para efeitos de terapia.

E lá vou eu em mais uma saga na busca de meus inseparáveis companheiros. Suo frio. Entro na farmácia e faço uma espécie de reconhecimento de território. O lugar está vazio, apenas um senhor já bem idoso passeia por entre as prateleiras. Esbarro com ele a caminho do balcão e tenho certeza de que sabe de tudo. Sigo em frente e procuro por um farmacêutico que pareça discreto. Não sei como definir uma cara de discrição, vou no “feeling”. Escolho um jovem rapaz que atende no canto direito do balcão, tiro a receita da bolsa cuidadosamente e apontando para o nome do remédio digo:

- É esse aqui!

Ele vai para o estoque e parece ficar por lá uma eternidade. Outras pessoas chegam à farmácia e eu pouso os braços sobre a receita na esperança de que ninguém a perceba. Sinto que estou sendo observada. Olho para os lados e noto que o senhor me espiona de canto de olho. Deve estar pensando “Ah, essa juventude está mesmo perdida”. Sinto uma enorme vontade de dizer que ele não tem nada a ver com a minha vida, que estou me cuidando, que foi o médico que me receitou aquele maldito remédio e aff. Conto até dez, respiro fundo. Autocontrole também faz parte da terapia.

Agora o local reúne uns cinco ou seis clientes. O farmacêutico volta de mãos vazias e grita para o seu colega do outro lado da farmácia: Lexotan 06 mg, não estou encontrando. Tento disfarçar meu desespero, me afasto do balcão e faço de conta que aquele remédio não me pertence. Invento qualquer coisa para me distrair e, de repente, me pego lendo a embalagem de uma fralda geriátrica. Ok, não estou ajudando muito.

O farmacêutico desgraçado-sem-vergonha-indiscreto-de-uma-figa volta com a porra da caixa de remédios na mão. Aproximo-me com um olhar fuzilante. Peça um analgésico, um antibiótico ou que o valha e você os terá tranquilamente sem nenhum problema. Agora experimente pedi um tarja preta ou uma pomada para hemorroida e veja o que acontece. Deve ser uma piada interna desses desgraçados da farmácia. Mas piada interna com o que há de interno em nós é sacanagem.

Começa a parte burocrática. Tenho que preencher a minha vinda inteira naquela receita imunda. Olho para o lado pela milésima vez. E advinha quem está ali?  O tal senhorzinho, claro, sempre ele. Aposto que se posicionou junto a mim por puro sadismo. Queria me torturar aquele velho desgraçado. Preenchi às pressas meus dados, enquanto aquela figura senil sorria maliciosamente. E antes mesmo que eu terminasse o que tinha para fazer, o velho tratou de acelerar o passo – que antes se mostrava lento – para chegar ao caixa primeiro do que eu. Uma provacaçãozinha barata, típica desse tipo de gente que se diverte com a desgraça alheia.

Termino de preencher a receita. Mas antes de me direcionar ao caixa, detenho-me em frente à prateleira de preservativos, olhando fixamente para aquele senhor inconveniente. Pego várias camisinhas. Jontex, Prudence, Olla. Todas de tamanho super-ultra-mega-plus-grande-e-estratosférico. Aproveito para levar também uns tubinhos de lubrificante. KY. Nas versões tradicional e warming.

Os olhos do velho saltam. De repente, me transformo diante dele na encarnação da luxúria. Safada? Devassa? Pervertida? Não me importo. Tudo, menos louca.    


Sobre a autora
Boêmia compulsiva e redatora publicitária nas horas (tão) vagas. Herdou dos progenitores seus piores vícios. Da mãe, o gosto pelo whisky. Do pai, o Botafogo. Casou-se com um revisor que teima em corrigir seus muitos erros, não exatamente os de ortografia.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Escreva, escreva e ganhe Historia da Vida Privada


Terça Crônica é um projeto de incentivo à leitura, ao conhecimento, ao ato de escrever. Se você gosta de escrever uma crônica ou uma poesia, mande cronicaemcena@gmail.com Vamos selecionar uma para leitura no dia 23/10, no Café com Letras (203 Sul), na noite que celebraremos Drummond e Noel. O escolhido vai receber uma coleção História da Vida Privada, versão pocket com cinco volumes)   

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Conversa de Botequim





A ordem é a da delicadeza. Carlos Drummond de Andrade, um ourives das palavras, e Noel Rosa, um artesão das melodias, aproximam-se esteticamente no quinto módulo do Terça Crônica, dia 23 de outubro (terça-feira), às 20h, no Café com Letras (203 Sul), com entrada franca, numa noite que promete ficar cravada na memória. “Dois gênios do apuro da arte. Orgulho-me de servir como canal a esses dois cavalheiros”, declara Jones de Abreu, ator e criador do projeto da Criaturas Alaranjadas Cia. de Teatro.

Drummond e Noel servem de mote para que Jones de Abreu leia as crônicas do mestre da literatura enquanto Alex Souza interprete as canções do sambista e poeta de Vila Isabel. Os dois ainda recebem o professor de literatura Marco Antunes para falar sobre a genialidade de Drummond. “Alex vai aproveitar e contar causos de Noel Rosa. O clima é de uma conversa de botequim”, adianta Jones.

Com casa lotada a cada edição, o Terça Crônica no Café com Letras é um dos projetos vencedores do edital nacional Procultura para Programação Cultural de Livrarias, do Ministério da Cultura. Até dezembro, serão nove sessões quinzenais que vão privilegiar grandes nomes da crônica nacional, com a presença de convidados da cidade. Criado em 2008 em temporada no Teatro Goldoni, Terça Crônica já participou da Feira do Livro (2010) de Brasília e da I Bienal do Livro e da Leitura (2012), fazendo também itinerância pelas cidades de Ceilândia e Taguatinga, com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). O projeto se desdobrou ainda no Quinta Crônica (de 2008 a 2011) e no programa Canto das Letras, atualmente apresentado mensalmente na TV Câmara.



TERÇA CRÔNICA 
Com Jones de Abreu e Alex de Souza. Crônicas de Carlos Drummond de Andrade e canções de Noel Rosa. Participação: Marco Antunes.  Dia 23 de outubro, terça-feira, às 20h, com entrada franca. Após a apresentação, a  programação segue com o projeto Âmbar, da dupla Luana Lima e Malu Ribeiro, com repertório do cancioneiro popular e couvert a R$ 7.  Classificação indicativa: não recomendado para menores de 10 anos.


PROGRAMAÇÃO 2012 
23 de outubro: Crônicas de Carlos Drummond de Andrade e canções de Noel Rosa.
6 de novembro: Crônicas de Lya Luft e canções de Tim Maia.
 
20 de novembro: Crônicas de Miguel Falabella e canções de Rita Lee.
4 de dezembro: Crônicas de Maitê Proença e canções de Vinicius de Moraes.
18 de dezembro: Cronista especialmente convidado e canções de Alex Souza.




terça-feira, 9 de outubro de 2012

Conexão pelo humor




                              Jones Zé Carlos e Alex



Raquel Martins Ribeiro
                                                             Correio Braziliense
 Idealizado por Jones de Abreu, em 2008, o Terça Crônica nasceu no teatro, foi ganhando corpo, se ampliou e passou a ocupar vários tablados. Depois de circular por cidades como Taguatinga e Ceilândia, desde o início de setembro ele é apresentado no palco do Café com Letras (203 Sul). “Ele é um processo de incentivo à leitura bem dinâmico. Eu sempre acreditei no potencial de alcance do projeto, a sua longevidade já era esperada”, conta Jones de Abreu. Hoje, a partir das 20h, os homenageados serão dois grandes nomes da cultura brasileira, Luis Fernando Veríssimo, com suas crônicas de humor e sátiras de costumes, e a poesia cantada de Adoniran Barbosa.
Veríssimo é conhecido por seus textos de humor,  publicados em diversos jornais brasileiros,  que inspirou o seriado de TV A comédia da vida privada. Adoniran, por sua vez, é um sambista multifacetado, que eternizou composições como Saudosa Maloca, Iracema, Trem das Onze e Samba do Arnesto. “Eu não os escolhi pensando em fazer alguma ligação entre o compositor e o cronista. Prefiro imaginá-los como duas homenagens independentes”, explica Jones de Abreu. “ De qualquer forma, se for pensar em um elo, podemos citar o humor, presente de forma marcante nas obras dos dois artistas”, completa.
O músico brasiliense Alex Souza participa do Terça Crônica desde o início, e já interpretou mestres da nossa música popular como Noel Rosa, Chico Buarque, Cartola e Tim Maia. “Esse projeto nos proporciona regar uma fração tão importante da nossa cultura. Para mim, é enriquecedor, e tem se tornado uma fonte de inspiração”, elogia o cantor. Para Alex, é um privilégio interpretar um artista tão completo como Adoniran. “Antes de ser conhecido como compositor, ele criou vários personagens. A forma como tratava a figura do imigrante, seus costumes na cidade de São Paulo, os sotaques e trocadilhos eram sua marca registrada”, afirma o músico.
O evento recebe como convidado o jornalista José Carlos Vieira, que comentará algumas obras do homenageado. “Convidei o José Carlos pois ele , além de conhecer muito de literatura, tem um humor bem próximo ao de Veríssimo”, adianta Jones. O formato é bem dinâmico “o público não sente o tempo passar”, comenta Alex. Ana Carolina Carvalho e Vitor Araújo são os atores convidados para participar das leituras dramatizadas de Na ponta da língua e Mãe e filha. “São artistas novos mas já muito representativos na cidade”, afirma Jones. A entrada é franca e a classificação indicativa livre. Após a apresentação, a programação segue com o projeto Âmbar, da dupla Luana Lima e Malu Ribeiro, com repertório do cancioneiro popular e couvert a R$ 7. Classificação indicativa: não recomendado para menores de 10 anos.


Terça Crônica
Hoje (09/10), a partir das 20h, no Café com Letras (203 Sul). Entrada franca. Classificação indicativa livre.


sábado, 6 de outubro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Terça Crônica no Eu Estudante

Terça Crônica homenageia Luis Fernando Verissimo e Adoniran Barbosa
Publicação: 01/10/2012 14:44 Atualização:
 
O quarto módulo do Terça Crônica celebra as crônicas de Luis Fernando Verissimo e as canções de Adoniran Barbosa. O evento ocorre em 9 de outubro, às 20h, no Café com Letras (203 Sul). Num clima de bate-papo, Jones de Abreu vai ler as crônicas de Luis Fernando Verissimo enquanto Alex Souza interpreta canções de Adoniran Barbosa. Os dois ainda recebem o poeta e jornalista José Carlos Vieira para falar sobre o autor homenageado e comentar a respeito da obra poética de sua autoria.

O Terça Crônica no Café com Letras é um dos projetos vencedores do edital nacional Procultura para Programação Cultural de Livrarias, do Ministério da Cultura. Até dezembro, serão nove sessões quinzenais que vão privilegiar nomes da crônica nacional, com a presença de convidados da cidade.

Anote:


PROGRAMAÇÃO 2012
9 de outubro: Crônicas de Luis Fernando Verissimo e canções de Adoniran Barbosa.
23 de outubro: Crônicas de Carlos Drummond de Andrade e canções de Noel Rosa.
6 de novembro: Crônicas de Lya Luft e canções de Tim Maia.
20 de novembro: Crônicas de Miguel Falabella e canções de Rita Lee.
4 de dezembro: Crônicas de Maitê Proença e canções de Vinicius de Moraes.
18 de dezembro: Cronista especialmente convidado e canções de Alex Souza.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Vida pulsante




As narrativas de Luis Fernando Verissimo parecem que foram feitas para ser lidas em voz alta. Recheadas de diálogos e com forte estrutura ficcional, as histórias saltam aos olhos à medida em que o leitor fica diante delas. Não à toa inspiraram esquetes teatrais e até seriados de tevê, como A Comédia da Vida Privada. São esses episódios deliciosos que movimentam o quarto módulo do Terça Crônica, dia 9 de outubro (terça-feira), às 20h, no Café com Letras (203 Sul), com entrada franca, numa noite entremeada pelas canções marcantes de Adoniran Barbosa. “Os dois são observadores exímios do cotidiano”, aproxima Jones de Abreu, ator e criador do projeto da Criatura Alaranjadas Cia. de Teatro.

Num clima de bate-papo, Jones de Abreu vai ler as crônicas de Luis Fernando Verissimo enquanto Alex Souza interpreta canções de Adoniran Barbosa. Os dois ainda recebem o poeta e jornalista José Carlos Vieira para falar sobre o autor homenageado e comentar a respieto da obra poética de sua autoria. “Zé Carlos tem uma veia poética profunda ao mesmo tempo que é dono de um humor singular. Quero ressaltar esses aspectos em sua criação”, adianta Jones que convidou os atores Atores convidados Carolinna Carvalho e Vitor Araújo para participarem das leituras.

Com casa lotada a cada edição, o Terça Crônica no Café com Letras é um dos projetos vencedores do edital nacional Procultura para Programação Cultural de Livrarias, do Ministério da Cultura. Até dezembro, serão nove sessões quinzenais que vão privilegiar grandes nomes da crônica nacional, com a presença de convidados da cidade. Criado em 2008 em temporada no Teatro Goldoni, Terça Crônica já participou da Feira do Livro (2010) de Brasília e da I Bienal do Livro e da Leitura (2012), fazendo também itinerância pelas cidades de Ceilândia e Taguatinga, com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). O projeto se desdobrou ainda no Quinta Crônica (de 2008 a 2011) e no programa Canto das Letras, atualmente apresentado mensalmente na TV Câmara.


TERÇA CRÔNICA
Com Jones de Abreu e Alex de Souza. Crônicas de Luis Fernando Verissimo e canções de Adoniran Barbosa. Participação: José Carlos Vieira. Atores convidados: Carolinna Carvalho e Vitor Araújo. Dia 9 de outubro, terça-feira, às 20h, com entrada franca. Após a apresentação, a programação segue com o projeto Âmbar, da dupla Luana Lima e Malu Ribeiro, com repertório do cancioneiro popular e couvert a R$ 7.  Classificação indicativa: não recomendado para menores de 10 anos.


PROGRAMAÇÃO 2012

9 de outubro: Crônicas de Luis Fernando Verissimo e canções de Adoniran Barbosa.
23 de outubro: Crônicas de Carlos Drummond de Andrade e canções de Noel Rosa.
6 de novembro: Crônicas de Lya Luft e canções de Tim Maia.

20 de novembro: Crônicas de Miguel Falabella e canções de Rita Lee.
4 de dezembro: Crônicas de Maitê Proença e canções de Vinicius de Moraes.
18 de dezembro: Cronista especialmente convidado e canções de Alex Souza.




Brasília à flor da pele

Jones lê Clarice
Café com Letras lotado no Terça Crônica

Luisa, do Café com Letras, e Conceição
Sérgio Maggio

 A noite do dia 26 de setembro foi de celebração para uma Brasília vista pelos olhos de Clarice Lispector por meio de crônicas que delineiam uma cidade viva, quase um ser presentificado. Jones de Abreu fez o Café com Letras lotado se calar para ouvir Clarice desvendar uma cidade enigma, parecida com a sua insônia. As palavras de Clarice se entremearam as canções poéticas de Cartola, interpretadas magistralmente por Alex Souza, aplaudidíssimo a cada apresentação. Ao centro, Conceição Freitas, a cronista que tem Brasília na veia, comentou sobre Clarice. "Acho que Clarice disse tudo o que era para ser dito sobre Brasília. Ele faz a síntese dessa cidade, muito mais que os criadores, Lucio Costa e Oscar Niemeyer". Amante incondicional da capital, Conceição emocionou a plateia quando teve uma das suas narrativas lidas pelo mestre de cerimônias.  



Jones de Abreu