Jones Schneider - foto de Cláudia Ferrari
Terça da Conceição
Por Severino Francisco (Correio Braziliense)
Por Severino Francisco (Correio Braziliense)
“Confesso que fui ao projeto Terça Crônica com uma certeza inapelável
cravada no peito: eu iria detestar. Na verdade, só condescendi em
solidariedade à classe dos cronistas, pois a personagem homenageada era a
nossa amiga Conceição Freitas. Sim, porque antigamente a classe dos
cronistas era unida. Quase todos os dias, dividiam a mesa dos bares Rubem
Braga, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino, cada um trabalhando para
um jornal concorrente. Era bastante comum que um deles pedisse uma crônica
emprestada a outro quando faltava assunto.
Em uma dessas ocasiões, Rubem Braga solicitou uma a Fernando Sabino e
Este repassou um texto que o próprio Braga já havia lhe cedido. Braga
Requentou detalhes e publicou a crônica com um título fulminante:
Acabou a sopa. Mas, nos dias de hoje, experimente enviar um e-mail para o
Veríssimo, o Millôr ou o Arnaldo Jabor e peça emprestada
uma crônica para ver se você receberá uma resposta. Quando me falta
assunto, aciono o site www.sobrenaturaldealmeida.com, pois só conto com
a solidariedade dos confrades mortos. Por isso, fui ao Terça Crônica, projeto
dirigido pelo ator Jones Schneider, com a participação do músico Alex Souza,
no Teatro Goldoni. Pensei que ia detestar, mas me surpreendi com
homenagem tão despretensiosa, agradável, inteligente
e divertida. As crônicas de Conceição ganharam uma nova vida na leitura
perspicaz de Schneider, que escavou potencialidades cômicas, líricas e
dramáticas, veladas nos textos.”
cravada no peito: eu iria detestar. Na verdade, só condescendi em
solidariedade à classe dos cronistas, pois a personagem homenageada era a
nossa amiga Conceição Freitas. Sim, porque antigamente a classe dos
cronistas era unida. Quase todos os dias, dividiam a mesa dos bares Rubem
Braga, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino, cada um trabalhando para
um jornal concorrente. Era bastante comum que um deles pedisse uma crônica
emprestada a outro quando faltava assunto.
Em uma dessas ocasiões, Rubem Braga solicitou uma a Fernando Sabino e
Este repassou um texto que o próprio Braga já havia lhe cedido. Braga
Requentou detalhes e publicou a crônica com um título fulminante:
Acabou a sopa. Mas, nos dias de hoje, experimente enviar um e-mail para o
Veríssimo, o Millôr ou o Arnaldo Jabor e peça emprestada
uma crônica para ver se você receberá uma resposta. Quando me falta
assunto, aciono o site www.sobrenaturaldealmeida.com, pois só conto com
a solidariedade dos confrades mortos. Por isso, fui ao Terça Crônica, projeto
dirigido pelo ator Jones Schneider, com a participação do músico Alex Souza,
no Teatro Goldoni. Pensei que ia detestar, mas me surpreendi com
homenagem tão despretensiosa, agradável, inteligente
e divertida. As crônicas de Conceição ganharam uma nova vida na leitura
perspicaz de Schneider, que escavou potencialidades cômicas, líricas e
dramáticas, veladas nos textos.”
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