terça-feira, 8 de dezembro de 2009

DEPOIMENTOS

Jones Schneider - foto de Cláudia Ferrari
Terça da Conceição
Por Severino Francisco (Correio Braziliense)


“Confesso que fui ao projeto Terça Crônica com uma certeza inapelável
cravada no peito: eu iria detestar. Na verdade, só condescendi em
solidariedade à classe dos cronistas, pois a personagem homenageada era a
nossa amiga Conceição Freitas. Sim, porque antigamente a classe dos
cronistas era unida. Quase todos os dias, dividiam a mesa dos bares Rubem
Braga, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino, cada um trabalhando para
um jornal concorrente. Era bastante comum que um deles pedisse uma crônica
emprestada a outro quando faltava assunto.
Em uma dessas ocasiões, Rubem Braga solicitou uma a Fernando Sabino e
Este repassou um texto que o próprio Braga já havia lhe cedido. Braga
Requentou detalhes e publicou a crônica com um título fulminante:
Acabou a sopa. Mas, nos dias de hoje, experimente enviar um e-mail para o
Veríssimo, o Millôr ou o Arnaldo Jabor e peça emprestada
uma crônica para ver se você receberá uma resposta. Quando me falta
assunto, aciono o site www.sobrenaturaldealmeida.com, pois só conto com
a solidariedade dos confrades mortos. Por isso, fui ao Terça Crônica, projeto
dirigido pelo ator Jones Schneider, com a participação do músico Alex Souza,
no Teatro Goldoni. Pensei que ia detestar, mas me surpreendi com
homenagem tão despretensiosa, agradável, inteligente
e divertida. As crônicas de Conceição ganharam uma nova vida na leitura
perspicaz de Schneider, que escavou potencialidades cômicas, líricas e
dramáticas, veladas nos textos.”

PARTICIPANTES

Jones de Abreu e Alex Souza
Participantes
Jones Schneider (Jones de Abreu) - Idealizador, diretor e ator do projeto Terça Crônica, Jones é formado em Educação Artística pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. Como ator já atuou em mais de 40 peças de teatro e desenvolve, também, trabalhos como arte educador. Foi dirigido por Antonio Abujamra, Hugo Rodas, Guilherme Reis, Ginaldo de Souza, Míriam Virna, Humberto Pedrancini, entre outros. Dos recentes espetáculos que atuou se destacam: Os Demônios, de Fiódor Dostoiéviski, Arlequim, Servidor de Dois Patrões, de Carlo Goldoni, Decamerão, Histórias Quase Santas, de Boccaccio, Machadianas, Cenas Cariocas, contos de Machado de Assis, Reveillon, de Flávio Márcio, e O Fado e a Sina de Mateus e Catirina, de Benjamim Santos, O Coqueiro que dá Coco de Zé Carlos Machado. No cinema, foi dirigido por Renato Barbieri no longa metragem As Vidas de Maria e, por Gilberto Sálvio, em Psiu, Taxi. Dirigiu Cênicos , programa de entrevistas dos canais 11 da NET e 48 da MAIS TV em Brasília.

Alex Souza - Músico profissional e ator formado pela UnB. Gravou seu primeiro CD, Brincando de Subir, em 2007, e agora está em processo de finalização do seu segundo álbum. No teatro, atuou em espetáculos como Salve o Prazer, sobre o vida do compositor brasileiro Assis Valente, sob a direção de Hugo Rodas, e Os Demônios, de Fiódor Dostoiéviski, com direção de Antonio Abujamra, entre outros títulos.

HISTÓRIA

Jones de Abreu

História
Criado com o objetivo de instigar a platéia à leitura e à música, o projeto Terça Crônica envolve o espectador com informações simultâneas sobre a vida e obra de um cronista e um compositor brasileiros. As leituras dramatizadas de crônicas são entremeadas por interpretações de canções. Entre uma e outra, surge um delicioso bate-papo sobre o estilo, a linguagem, as historietas dos autores e o gênero literário da crônica. Inspirado na definição do escritor Arthur da Távola, “a crônica é o samba da literatura”, o projeto adquire a alma de descontraídas rodas de leituras, canções, conversas e tiradas bem-humoradas. Essa mistura de teatro, talk-show e música quer atingir público de faixas etárias diversas (do jovem ao adulto).
Esse retorno do público foi percebido em cada edição do projeto realizado em Brasília desde o dia 05 de agosto de 2008. Com entrada franca, as crônicas dramatizadas por Jones Schneider (Jones de Abreu) e as canções interpretadas por Alex Souza ganharam público terça a terça, movimentando o teatro em dia até então considerado morto culturalmente.
Na versão com a presença de cronistas brasilienses (como Alexandre Ribondi, Conceição Freitas, Severino Francisco, José Carlos Vieira), o projeto cativou público fiel, crescente e diversificado. Instigou ainda pessoas a escrever crônicas e enviá-las ao ator, como foi o caso de Waleska Barbosa, cujo texto foi lido numa das edições.

QUEM SOMOS NÓS


Quem somos nós

Terça Crônica é um projeto da Criaturas Alararanjadas Produções Artísticas. De Brasília para o Brasil, nascemos com o sonho de criar sonhos. Nossa missão é propor ações de mérito cultural e acesso ao público. Buscamos elevar o conhecimento da pláteia tornando-a ativa e participante.
Acreditando no poder do teatro em elevar o espectador ao campo sensível das artes e do conhecimento, o Terça Crônica envolve a platéia com a sedução das leituras dramatizadas combinada à interpretação de canções. Numa atmosfera leve e descontraída, o participante é estimulado a perceber as delícias das crônicas publicadas nos jornais, sites e revistas semanais por grandes nomes da nossa literatura.