Crônica e poesia em discussão. Hoje, a partir das 19h, na 29ª edição Feira do Livro de Brasília, Jones de Abreu (Jones Schneider) intermedia encontro entre a cronista do Correio Conceição Freitas e a poetisa Gracia Cantanhede. O evento, programado para ocorrer no palco da Secretaria de Cultura do GDF, é realizado pelo projeto Terça crônica, que procura debater a obra e o processo de criação de cronistas da cidade e de outras regiões.
Schneider, com o músico Alex (D), parceiro no projeto: A feira é um espaço inusitado. Um espaço aberto |
Schneider espera a participação ativa do público nas apresentações. “Converso com o cronista sobre qual a relação dele com a literatura, o que o leva a escrever, e os principais temas. A feira é um espaço inusitado, porque a gente não sabe o que pode acontecer. É um espaço aberto. Talvez as pessoas se sintam mais íntimas a ponto de querer participar”, conta.
Enquanto Conceição Freitas escreve majoritariamente sobre a capital e é por ela inspirada, Gracia, que também é cronista, mistura memórias da infância vivida no sul de Minas Gerais, em Campos Gerais, com suas impressões sobre a cidade que a acolheu na vida adulta. “Brasília é uma vivência de mulher adulta, que trouxe coisas de outros lugares. Aqui me realizei como mulher, mãe e profissional. Eu sou fácil para gostar das coisas, todo lugar acho interessante. Imagine aqui, onde realizei tanta coisa!”, explica Gracia. A poesia escrita pela mineira é menos tributária do estilo clássico e mais próxima da ambientação de uma crônica, resultado da observação e do registro do cotidiano.
Conceição, no espaço Crônica da Cidade, do Correio, reflete sobre tudo que vê e lhe chama a atenção: personagens, histórias e mudanças. Aquilo que a espanta, tanto no centro como nas regiões administrativas, também costuma ser traduzido por meio das crônicas. “O que tento fazer é mostrar o que estou vendo. É meu modo de decifrar a cidade. A crônica tem esse olhar impressionista e intimista”, revela.